sábado, 1 de agosto de 2015

Amor incondicional

Confesso que essas palavras saem de um coração apertado e passa por um nó na garganta...
Demorei pra conseguir escrever, ou melhor, pra conseguir descrever o pouco do que experimentei num momento simples mas único na minha vida.
Não imaginava que o simples fato de oferecer abrigo a uma senhora para se esconder da chuva fosse me trazer tanta inquietação, não foi o fato em si, mas a conversa que foi surgindo enquanto esperávamos a chuva passar.
O olhar cansado e a voz rouca que aquela mãe trazia ao falar do filho presidiário, me fez entender o que é o verdadeiro amor incondicional, as marcas no rosto de uma vida sofrida não apagavam o brilho de um sorriso tímido que insistia em aparecer cada vez que ela falava "meu filho".
Os sonhos e a esperança que a mantém viva são algo inexplicáveis.
É difícil descrever tal experiência, na verdade a conversa foi quase um monólogo, pois fiquei ali quieta ouvindo atenta a tudo o que ela dizia, eram palavras simples e ditas de forma simples, mas que traziam mais que sentimentos, traziam ensinamentos.
E fiquei pensando no amor de Deus por nós, é exatamente assim, feito o amor daquela mãe que fala do filho, não importa o que ele fez ou o motivo dele estar nessa condição agora, nada importa.
Com absoluta certeza afirmo que quando ele voltar terá um abraço que o aguarda ansioso, sem ressentimentos, sem se lembrar do que já passou, se importando apenas com a vida nova que há de vir.
Assim é o amor de Deus que nos aguarda ansioso e de braços abertos pra nos acolher, não importa em que ponto da vida nós erramos, o que vale é o que vamos fazer daqui pra frente.
Essa experiência aconteceu já faz um tempo, não sei ao certo quanto, mas ainda me causa grande inquietação, resolvi escrever pra tentar elaborar o que sinto, tenho muito a aprender sobre o amor...

Assimilando limites e oportunidades


Como é difícil administrar tantas coisas que escolhemos ao longo da vida e o preço que pagamos por cada uma delas... Preços que envolvem sentimentos, emoções, memórias, lembranças...
Admiro a saudade, é... admiro...
Admiro porque ela desconhece o tempo, e para as lembranças não existem horas... dias... meses... anos... ela, a saudade, fica ali quietinha, guardada em algum cantinho dentro de nós, passa o tempo e quase nada muda, e vez em quando ela desperta, e com ela as lembranças... e é quase impossível dizer a quanto tempo estão lá, guardadas dentro de nós, precisamos até mesmo fazer um esforço pra identificar datas ou lugares de algumas lembranças.
A saudade dispensa o tempo cronológico, não se mede, as vezes não tem nem razão de existir mais, mas ela existe, não dá pra negar.
A saudade tem o poder de parar as horas, de nos fazer ir longe, passear pelos caminhos ou trilhas que nos fizeram felizes, ela tem o poder de nos remeter a mesma sensação de alguns momentos únicos da nossa vida.
Mas quer saber do que tenho mais saudade?
Tenho saudades do tempo, de ter tempo para simplesmente não fazer nada, tempo para encontros e até mesmo desencontros, saudades de ter tempo para sentir saudades...
As vezes é desumano o preço que pagamos por algumas escolhas, o tempo de plantio e cultivo é árduo, é dolorido, mas eu sei que a hora de colher vai chegar, e os sonhos, a esperança, a saudade e a vontade são o que nos mantém firmes pra nunca desistirmos.
Então, vamos viver cada momento, cada escolha, e quando for preciso, vamos reviver a felicidade que existe em cada saudade que faz parar o tempo.