quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Vida real
A vida real é bem mais cruel do que pensamos, se olharmos para ela com frieza veremos que não se parece em nada com o que desejamos pra nós.
Mas e aí o que fazer então?
Talvez colocar um pouco de poesia e cores nos acontecimentos diários ajude a amenizar os cinzas que cobrem nossos sonhos. Atentar para os detalhes, perceber as delicadezas de Deus no nosso cotidiano e que se manifestam no menor gesto, que as vezes até passa desapercebido, é um sorriso que recebemos e nem notamos mas que dele sai um brilho incrível, um olhar sereno que pode acalmar nossas angústias, um amigo que nos deseja um bom dia sincero, uma música que alegra e cantarolamos o dia todo, são nos pequenos detalhes que vamos colorindo nossos dias nublados.
É difícil aceitar os avessos que vez em quando vem pra nos tirar do equilíbrio, mas imagina que chato seria se tudo fossem flores? Não despertaria em nós o desejo de mudanças e viveríamos estagnados num única estação, nos tiraria as oportunidades de desbravar outros horizontes, alçar novos voos.
Celebrar as derrotas com a certeza de que dali sairemos pessoas muito mais fortes e sábias faz parte do processo de transformação que passamos todos os dias.
Se hoje o dia está nublado e cinza vou cuidar do que estou semeando, pra que quando cair a chuva possa germinar frutos bons.
Os avessos sempre vão existir, e isso é fato, quando terminar essa fase não tão boa assim virão outras fases, faz parte do nosso crescimento, mas somos nós que determinamos a melhor maneira de passar por cada uma delas.
Posso me sentar no meio do caminho e simplesmente lamentar ou posso andar mais rápido pra sair logo dessa zona de turbulência, a escolha é minha e nada nem ninguém pode fazer essa escolha por mim.
Caminhar e crescer requer coragem e ousadia, o tempo estará a nosso favor se soubermos saborear bem tudo que ele pode nos oferecer.
domingo, 23 de novembro de 2014
Viver e aprender
Questionamos o porquê de tantas adversidades e nada parece fazer sentido. Natural que concentremos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente.
Começamos a vida com perdas e nela continuamos.
Ao nascer perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero, a partir daí já estamos sozinhos.
Paradoxalmente, no momento em que perdemos alguma coisa outras nos surgem.
Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. Ele nos acolhe, nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói.
E continuamos a perder e seguimos a ganhar.
Perdemos a inocência da infância, a confiança absoluta do colo materno, a mão que segura nossa mão quando aprendemos a andar e por aí vai...
E com todas as perdas vamos aos poucos construindo a nossa maturidade, e a capacidade de questionar. E com sabedoria, desses questionamentos podemos descobrir o que há de melhor por trás de cada situação.
Ao longo do caminho, abrimos portas para novas possibilidades e fechamos janelas irremediavelmente deixadas para trás. E é bom que as deixemos mesmo.
Estamos crescendo...
Vamos perdendo alguns direitos e conquistando outros.
Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando alguma coisa não acontece como queríamos ou quando nos machucamos.
Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres.
Receamos dar risadas escandalosamente altas, fazer alguma estripulia já não é mais permitido.
Estamos crescidos, nos ensinam que não devemos ser tão sinceros, e vamos vendo que a realidade dos adultos não se parece em nada com as fantasias de criança.
E aprendemos muito...
Vivemos em constante conflito.
O mundo todo nos parece contrário aos nossos sonhos...
Ah... Os sonhos...
São muitos os sonhos. Sonhamos dormindo ou acordados, sonhamos o tempo todo.
Mas nada é como sonhamos quando éramos criança.
Estamos amadurecendo...
Perdemos a espontaneidade e a pureza no olhar, o coração fica cada vez mais frio. Passamos a utilizar a razão acima de tudo.
E continuamos amadurecendo...
Conquistamos nossa liberdade, um carro novo, um companheiro, novos amigos, um diploma.
E lamentavelmente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e chorar onde e quando der vontade.
Já não abraçamos mais e damos aquele beijo estalado sem nenhum receio de sermos julgados.
É assim a vida, vamos ganhando aqui, perdendo ali... enquanto amadurecemos...
De repente, percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas, algumas celulites, estrias, peso, cabelos brancos...
Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos de sorrir constantemente...
Estamos envelhecendo...
Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo, não haverá mesmo outra vida além dessa. Não podemos deixar de dar o perdão a quem nos feriu e também o perdão a nós mesmos, não podemos adiar mais aquele 'eu te amo' dito com o coração.
Compreender que as perdas fazem parte, que o sol continua brilhando e que chove de vez em quando, e que é bom que chova mesmo pra florescer, compreender os ciclos que a vida tem é sinal de maturidade.
Que possamos crescer sabendo equilibrar as responsabilidades da vida adulta com a leveza de uma criança que sabe brincar.
Que tenhamos juízo, mas que possamos manter sempre o bom humor.
Que a gente nunca perca a ousadia em acreditar, mesmo que algo pareça impossível.
Que nunca deixemos de sonhar e lutar pelos nossos sonhos.
Que quando dissermos eu te amo, possamos ser coerentes com o modo de agir, para que aqueles a quem amamos sintam-se amados, mais do que saibam-se amados.
E que nunca deixemos morrer nossa imensa vontade de viver e aprender...
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
O amor desconhece o tempo
Na vida, só descobrimos o quanto alguém é importante pra nós depois que perdemos, clichê dizer isso, mas infelizmente é a mais pura verdade.
Passar pela experiência de perder alguém que amamos muito nos faz morrer um pouco também, depois de vivermos o luto podemos, com olhar mais puro, entender que morre o que há de pior em nós, se assim o permitimos, para nascer algo quase inexplicável, seja um sentimento novo, uma nova postura, uma nova maneira de ver a vida, novas atitudes, sempre nascerá algo novo no lugar onde damos espaço para florescer.
Hoje me recordo do ser mais iluminado que já existiu na minha vida, fico pensando como estaria hoje aquela 'pessoinha' tão pequena e tão frágil que foi capaz de mudar inteiramente a minha vida em apenas 6 meses.
Não questiono a Deus o que aconteceu, apesar de não achar justo, sei que foi como deveria ser, aceito hoje com mais sabedoria que naquela ocasião, foi o momento de morrer pra renascer mais forte e mais madura.
Penso que, algumas mazelas que passamos na nossa vida são para nos transformar, aliás deveria ser sempre assim, todas as adversidades deveriam ser para nos transformar.
É assim a vida, quantas pessoas já passaram pela nossa história, quantas pessoas já fizeram a diferença, quantas ainda permanecem e até quando vão permanecer? Difícil saber...
Precisamos tomar consciência de que a vida acontece agora, neste exato minuto, não é seguro nos dar o luxo de deixar pra amanhã ou semana que vem dizer o quanto amamos, o quanto essa ou aquela pessoa é essencial na nossa vida.
O amor, o perdão, o sorriso são sentimentos que desconhecem o tempo, e a gratuidade desses sentimentos, a beleza que há em cada um deles está justamente em doa-los quando o outro talvez nem mereça tanto assim, quando me deparo com a imperfeição do outro é quando descubro se realmente o amo, e não há um tempo, hora ou dia certo pra demonstrar esse amor.
A vida passa muito rápido (mais um clichê) mas é assim, a vida passa como o vento, que vem e vai embora sem hora marcada, sem ao menos percebermos.
Por mais que o mundo tenha suas modernidades e suas facilidades tecnológicas, não podemos esquecer que nada substituirá um sorriso e um olhar sinceros.
Hoje fiquei pensando, meu filho se foi sem eu ao menos saber a cor dos seus olhos, quantas oportunidades nós temos de olhar o outro devagar e não fazemos, sem saber que essa poderia ser a última chance. Não damos o devido valor quando há presença e lamentamos quando vamos embora.
Complicado a vida? Não sei...
A simplicidade do amor puro e sincero, que desconhece os dias e as horas, tornam nossa existência mais leve, que sejamos capazes de viver a simplicidade do amor que se desdobra a medida que deixamos morrer o que há de pior em nós.
Que sempre nos floresça amor!!!
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Poesia
Para os dias ruins, Poesia...
Para os dias bons, Poesia...
Para a vida toda, Poesia...
Embriagar-se de Poesia, torna a vida mais leve...
Corridinho
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
Sedução
A poesia me pega com sua roda dentada,
me força a escutar imóvel
o seu discurso esdrúxulo.
Me abraça detrás do muro, levanta
a saia pra eu ver, amorosa e doida.
Acontece a má coisa, eu lhe digo,
também sou filho de Deus,
me deixa desesperar.
Ela responde passando
a língua quente em meu pescoço,
fala pau pra me acalmar,
fala pedra, geometria,
se descuida e fica meiga,
aproveito pra me safar.
Eu corro ela corre mais,
eu grito ela grita mais,
sete demônios mais forte.
Me pega a ponta do pé
e vem até na cabeça,
fazendo sulcos profundos.
É de ferro a roda dentada dela.
( poema de Adélia Prado; do livro 'Bagagem' )
Amor Feinho
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado é igual fé, não teologa mais.
Duro de forte o amor feinho é magro, doido por sexo
E filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca, da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
O que ele tem é esperança:
Eu quero um amor feinho.
( poema de Adélia Prado; do livro 'Bagagem' )
Recomeçar
Formular a história dos nossos erros e ser capaz de conta-la a nós mesmos, acredito que já seja um processo de transformação.
O nosso maior desafio é aceitar o que nós fazemos a nós mesmo, quantas vezes negligenciamos nossos sentimentos porque somos tomados por inúmeros questionamentos, quando na verdade seria bem mais fácil se olhássemos para dentro de nós com mais simplicidade, e aceitasse todo e qualquer sentimento, apenas organizando pra que um não ocupe o lugar do outro.
Os caminhos que escolhemos ou que somos obrigados a trilhar, são marcados constantemente por tropeços e quedas, mas também por avanços significativos, o problema é que temos a estranha mania de valorizar mais o lado negativo de todas as coisas.
Não há uma regra a seguir ou uma fórmula mágica pra cicatrizar o que foi ferido dentro de nós, o que sabemos é que somos lapidados diariamente, e que toda e qualquer transformação pode ser dolorida.
Formular tudo o que está acontecendo e entender o momento com serenidade são demonstrações de maturidade, saber lidar com as mudanças que são frequentes na nossa vida requer sensibilidade e sabedoria, pra não permitir que os nossos sonhos se percam em meio ao caos.
Hora de parar, pensar, traçar estratégias e seguir o caminho, com a certeza de que depois disso tudo seremos pessoas melhores.
Negar o sofrimento seria o mesmo que negar o próprio crescimento, e correr o risco de perder o incrível que está por vir ao longo da estrada.
Não devemos permitir que esse processo de construção nos roube o que já foi conquistado até aqui.
Hora de erguer a cabeça, respirar fundo e seguir em frente...
O tempo que vai durar uma tempestade ninguém pode afirmar, mas o tempo que gastamos construindo sonhos ou, o tempo que perdemos lamentando algo que foi quebrado somos nós que determinamos.
domingo, 16 de novembro de 2014
Desafio
Cada vez mais me convenço de que são poucas as pessoas que são capazes de aceitar o que realmente somos, são poucas as pessoas que nos deixam a vontade, sem precisar nos preocupar com o que dizer ou o que fazer por medo do que irá pensar, são poucas as vezes que conseguimos ser inteiros...
Talvez seja por isso que a solidão tenha se tornado cada vez mais um vício nos nossos dias, o vício da solidão nem é tanto pelo prazer de estar sozinhos, mas o prazer de descansar o nosso ser, deixar de atuar e viver o que realmente somos, não precisar de formalidades, poder estar a vontade, deixar os pensamentos livres sem o exaustivo exercício de se policiar o tempo todo, não ser mal interpretado diante de um gesto ou uma demonstração de amor, de carinho...
É raro alguém que seja capaz de nos olhar devagar, com o coração puro, que saiba fazer uma leitura do que os olhos estão dizendo, sem necessidade alguma de explicações, que aceite o amor que tenho...
Saudades do tempo em que ser amigo não era só aceitar uma solicitação em uma rede social, amizade era construida dia a dia, se quisesse conversar com um amigo tinha que sair do conforto de casa e ir ao encontro da pessoa, na verdade a saudade é do tempo em que tínhamos tempo para os encontros mais frequentes, saudades de quando tínhamos tempo e o coração mais puro.
Experimentamos a solidão e sentimos falta das pessoas, nós sempre vamos precisar de alguém que desperte em nós o melhor podemos ser, gente que seja capaz de nos modificar... mas sempre vamos precisar da solidão, dos momentos de casulo, pois é onde eu me encontro, onde descubro o que realmente importa carregar, é onde eu posso despejar os excessos sem precisar explicar nada a ninguém...
Que nem a solidão e nem a necessidade do outro se torne vícios em nossa vida... que possamos encontrar pessoas que sejam capazes de estar presentes tanto na necessidade da convivência, quanto na necessidade da solidão... mas que, antes de tudo, possamos ser capazes aceitar o desafio de ser essa pessoa pro outro nos encontrar também...
sábado, 15 de novembro de 2014
Encontro
Era frio, tudo lhe parecia frio demais...
Tão frio que sentia o corpo inteiro doer...
Não lhe desceu uma lágrima, dos olhos não veio uma gota sequer...
Apesar da chuva lá fora, a alma estava seca... a vida lhe parecia árida demais...
Fechou os olhos então, e como num passe de mágica estava em outro mundo...
Num campo verde, com muitas flores, o sol e o céu lindos como nunca se viu, o vento acariciava seu rosto e de mãos dadas com a Felicidade brincou, correu pelo campo por horas e horas, eram muitos sorrisos que soavam como música, até que cansada sentaram-se na grama, era tão verde que lhe rendia esperanças de novo...
Se olharam devagar... descobriram nos olhos tudo o que nunca disseram, e num beijo doce e puro... a despedida... até breve Felicidade...
Abriu os olhos, virou-se pro lado, deu boa noite ao medo e disse com voz suave...
Durma medo meu.... Durma medo meu...
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Quando o silêncio é a única forma de dizer!
"Hoje eu não sei dizer. Só sei sentir. Há dias em que as palavras não são capazes de traduzir o sentimento. E por isso a solidão se instaura.
A sensação de estar só é a mesma de não saber dizer.
Talvez seja por isso que só as pessoas que verdadeiramente se amam são capazes de suportar o silêncio...
Ficar calado é uma forma de dizer sem conceituar. Os conceitos são formulações fáceis, o silêncio não. Descobrir o que o silêncio diz requer maestria, observação minuciosa.
É bom não saber dizer...
Bom mesmo é ser compreendido, mesmo quando não sabemos dizer...
Amar é uma forma de crer em silêncio!"
Pe. Fábio de Melo
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Coragem
Chega uma hora que é difícil manter o pensamento positivo, o sorriso nos lábios e o brilho no olhar...
São tantas adversidades, que o exercício da fé acaba se tornado uma tarefa árdua, sem expectativas acabamos limitando a nossa visão sobre tudo que está ao nosso arredor.
Coragem!!!!
Não desistir e nunca permitir que o cansaço afete nossos sonhos é uma atitude de coragem, se eu não posso modificar os acontecimentos, que eu tenha ousadia em permitir que eles me modifiquem.
Descobrir nos contrários da vida uma forma de trasnformação e se reconciliar com cada um deles deixa os dias mais leves, cada momento tem suas particularidades boas e ruins e será sempre assim.
Acredito que a maturidade acontece quando descobrimos que a vida não é perfeita, que problemas sempre virão e nem por isso vou deixar de sorrir e de estar (sentir) em paz.
Nós é que decidimos o que ficará no nosso coração, administrar bem os bons e o maus momentos são demonstrações de maturidade, não permitir que qualquer coisa seja semeada na minha vida é escolher o que quero colher amanhã, a vida é fruto do que plantamos, se não estou feliz com essa safra é decisão minha escolher melhor as sementes que cairão nessa terra a partir de agora.
Cada escolha, por menor que seja, tem um preço a ser pago, e maturidade é saber escolher bem o valor que quero pagar.
Coragem!!!!
Não precisa ser forte o tempo todo, mas que na fraqueza eu saiba reconhecer o que de melhor posso fazer daquele momento!!!!
A vida está a nossa espera pra ser continuada, sonhada, saboreada, amada e cultivada...
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Esperança
Mais uma semana que se inicia...
Novas expectativas e velhos sonhos, novas oportunidades e velhos desejos, novos desafios e velhos anseios...
É engraçado como tudo se mistura, e o tempo passando com os mesmo segundos, minutos e horas de sempre, mas permanece a sensação de que ele está passando cada vez mais rápido...
O tempo... ah o tempo...
O dono de tudo que nos cerca, cruel ele não perdoa mesmo quem não sabe aproveitá-lo bem, e aos poucos vamos percebendo que, quanto mais simples a vida, mais generoso ele será conosco.
De repente me transporto para aquela cidadezinha lá do interior, onde a vida passa a 10km/h, onde se tem tempo pra uma boa conversa olho no olho com os amigos, onde se tem tempo pra sentar e tomar um café da tarde com a família, onde se tem tempo e silêncio suficientes pra ouvir a voz de Deus, onde a fé é mais real...
Seria bom se pudéssemos viver melhor os nossos sonhos, as nossas amizades, a nossa família, a delicadeza que é a vida que passa desapercebida...
domingo, 9 de novembro de 2014
Tempo pro tempo
Ou talvez nos falte sintonia com a gente mesmo...
O desejo que ele nos brinde com um pouco mais de leveza é constante.
Mais tempo pros sonhos, mas que também haja tempo pra vida real, que não falte tempo pros desejos, tempo pra esperar, e que nunca nos falte tempo pros amigos, amores, amantes, tempo pro tempo...
Devemos ser vigilantes e nunca perder a capacidade de sonhar e saber esperar o tempo certo do tempo, que nunca nos falte uma pitada de vida real, que sejamos capazes de equilibrar os dois universos onde vivemos, sabendo a hora certa de sair de um e entrar no outro, sem nos perder no meio do caminho.
Que toda falta de tempo não nos condene a viver sem sonhar...
Foto: Praça General Osório - Centro de Curitiba - 2005
Tempo Bom...
Sem pressa...
Precisamos constantemente ter cuidado, pra não perdemos a capacidade de olhar o outro devagar, sem pressa e inteiro...
E poder desvendar a outra metade que não é revelada com palavras, mas com olhares puros e sinceros...
Sim, olhar devagar, pois o olhar apressado pode nos trair, perdemos muito quando não temos disposição e coragem de desvendar o que há além.
Acredito que na verdade, o que todos nós precisamos seja exatamente isso, alguém que nos olhe devagar, nos abrace sem pressa e enxergue além do que se vê.
Que nenhuma maldade instalada no nosso coração, nos impeça de olhar com simplicidade e pureza o outro que está disposto a se revelar...
Sem pressa... Por inteiro...
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Sonhos
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Momentos
Ali, quieta sentada no banco da praça fiquei, por horas e horas...
Imaginava como seria a vida mundo afora, onde poderia estar chovendo ou com sol naquele momento, observava quem por ali passava, uns sorriam, outros com a cara amarrada, mas alguns me instigavam pois não tinham expressão alguma, o que será que se passa?
Ali parada fiquei por um bom tempo, parada no tempo...
Confesso que ultimamente tenho conversado em constante litígio com o tempo, mas essa experiência de ficar ali na praça sentada quietinha, foi uma reconciliação com ele, o tal do tempo...
E ele me presenteou com essa experiência única, que não consigo descrever com palavras, pelo tamanho da sua simplicidade que no início, pela paz que aquele momento transmitia, foi assustador mas depois se tornou mágico, inexplicável...
De fato não precisamos de muito pra ser feliz, um banco de praça, as crianças brincando ao lado, um casal bem velhinhos exalando amor e cumplicidade, uma turma de fotógrafos descobrindo outro mundo, o morador de rua que lia o jornal velho... e uma senhora que me abriu um sorriso, e que sorriso... parecia até um Anjo... nunca irei esquecer aquele rostinho tão sereno!!!
Quero a vida simples assim, uma cidade do interior, uma praça para os encontros e desencontros, para os amores e as amizades sinceras, um lugar onde o tempo passa devagar, se formos capazes de passear de mãos dadas com ele!!!
Talvez esse lugar eu o encontre dentro de mim mesma, e não vou parar de procurar...
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Frágil
Correndo contra o tempo me deparo com as minhas limitações, os discursos de que tudo ficará bem se tornam vagos, há palavras que enfeitam muito mais do que dizem, quanta informação sem informação nenhuma.
Nesse momento de fragilidade, sou acometida a milhões de questionamentos, o silêncio é ensurdecedor e inquieta a alma não permitindo que eu veja o que de fato está acontecendo.
As vezes precisamos de Anjos (amigos) que nos empreste seus olhos pra que possamos olhar a situação por um outro ângulo, ter uma outra visão de nós mesmos.
Não sei se é saudável parar no meio caminho, mas tenho convicção de que é necessário desacelerar, olhar para a vida que vivemos, olhar para as pessoas que nos rodeiam, olhar para a bagagem que estamos carregando, retirar o que há de excesso.
Avaliar se o que levo favorece o contexto da minha vida ou me retira do caminho mais leve e mais suave, é uma necessidade urgente e inadiável.
Não dá mais pra continuar caminhando sem identificar o que me retira de mim, e me comprometer a romper com tudo que não me favorece é a forma mais cristã que tenho de não ser, também pros outros, alguém que não favoreça o que de melhor podemos ser.
Não é justo permitir que as escolhas, muitas vezes erradas, me retirem o foco do que me faz forte pra seguir.
É preciso coragem pra romper com tudo aquilo que me trai os pensamentos, os sentimentos, a vida.
Não é prejuízo abrir mão, mesmo que seja de tudo o que temos, pra continuar a caminhada com mais leveza.
Minha fé não me permite parar, mas me obriga a desacelerar e voltar a minha essência, esse é o momento que parece que tudo está errado, mas na verdade não é nada mais do que Deus me desacelerando pra me lembrar que não sou dona do tempo, Ele não me dá fardos pesados, mas a escolha do que faço com o tempo que me é concedido é só minha.
Aos que me amam peço perdão, mas nesse momento eu preciso olhar só pra mim, pra poder ama-los melhor, é um egoísmo necessário pra não me perder no meio do caminho e deixa-los caminhando sozinhos.
Preciso olhar pra mim, pra poder olhar pros outros de forma mais pura e mais devagar.
Quero florescer, ainda que seja no meio das pedras.
Desafios...
domingo, 2 de novembro de 2014
Madrugada
O silêncio paira no ar enquanto a madrugada se apresenta e eis o prefácio de mais um dia....
Na madrugada o tempo parece ir mais devagar, quisera eu que o tempo passasse assim durante o dia também, é um tempo mais poético...
É... a madrugada tem lá seus mistérios e seus encantos que só quem tem uma certa sensibilidade pode notar...
Hora de brincar com os sonhos, os pensamentos são mais livres...
Tem um misto de inquietação e silêncio que é inexplicável...
Na madrugada ouvimos com mais nitidez o som do nosso coração e nessa hora podemos exercitar a nossa capacidade de ouvir a voz de Deus, e Ele sempre vem pra nos dizer coisas sobre o dia que passou e o dia que já se apresenta...